terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

LAÇOS DE TODOS OS TIPOS

Quem já viu um touro bravio na cincha de um alazão, dando marradas em todas as direções, sabe quanta resistência tem um laço para escorar os golpes brutais desferidos em cada milímetro de suas fibras!
O bicho esbraveja, corcoveia e sai aos pinchos como um bólido errante. O cavalo adestrado retesa o passo e espera o golpe. O laço distende-se, assobia, vibrando no ar, e o baque surdo da fera, além, levanta nuvens de pó. Depois de inúmeras tentativas para escapar da tira maldita, o animal entrega os pontos. Compreende afinal que é inútil lutar contra um fio tão fabulosamente resistente. Mal sabe o bruto que aquele cordão diabólico que o prende tão fortemente é tecido com a pele de seus irmãos.
O laço do diabo a que me refiro, não é este de couro cru que tenho aqui sobre o arquivo.
Para laçar homens inteligentes, bem o sabe Satanás, são necessários laços mais traiçoeiros, fabricados com artimanha nas profundezas do « inferno ».
Como o rei dos fabricantes de laços, o diabo é perito em confeccionar um tipo para cada gosto e uma armadilha para cada espécime.
Há laços sutis, aparentemente frágeis como teias de aranha, que arrastam para os vícios . . .
Há outros, especialmente tecidos, de púrpura escarlate para cin-char os ambiciosos e prendê-los no tronco das ilusões do mundo.
Há laços perfumados, entretecidos com as cores do arco-íris, para golpear os vaidosos, arrastando-os para longe da simplicidade do Evangelho.
Laços há, que são rústicos, grosseiros como a infâmia, para afugentar os corações sensíveis. Outros, tecidos com línguas afiadas para fustigar os irmãos.
Há laços finos, transparentes como a mentira; outros leves e macios como a ociosidade, que subjugam a consciência.
Há laços de ferro, como os que são usados para prender o avarento, e laços de ouro para seduzir os cobiçosos. Laços trançados com o vil metal, que conduzem ao roubo e à infidelidade nos dízimos e nas ofertas.
Laços belos, reluzentes, para laçar a juventude inexperiente, e laços de trapos podres para atar os velhos às suas quinquilharias.
Há laços de doutrinas humanas entretecidos com fios da verdade, para enganar os indoutos e inconstantes, e laços corrediços para prender os tolos, os imprudentes.
Há laços feitos de olhares lânguidos, sedutores, para jungir os incautos a jugos desiguais. Outros, tramados com palavras lisonjeiras, bajuladoras, para atiçar o orgulho dos pretensiosos.
Há laços compostos de dor e amarguras para anuviar o horizonte dos que aguardam pelo Senhor, e laços tecidos com festanças e distrações para fisgar os libertinos.
Há laços armados às portas dos cinemas, para sugar as mentes desocupadas, e laços no vídeo para enovelar os corações vazios.
Há laços de família que amarram jovens idealistas, e laços de independências que assassinam os pais.
Há laços de amizades que fundem "panelinhas", para cozinhar venenos, e laços de intrigas que separam amigos.
Há laços de interesses particulares que conduzem para o "side-line," e laços de amor ao trabalho que levam ao esgotamento.
Há laços feitos do excesso de planejamento, que amarram a Obra de Deus; e laços de relaxamento, que tendem para o marasmo.
Há laços curtidos de pretensões para pealar os invejosos, e laços de ilusões para embalar os preguiçosos.
Existem laços longos, compridos, feitos de sermões velhos, bolorentos, para adormecer os fiéis; e outros curtos, frívolos, para divertir os levianos.
Há laços de formalismos para estagnar o crescimento da fé, e laços de extremismos para satisfazer os fanáticos.
Há laços de indiferença para cegar os incrédulos, e laços de amor ao mundo que suplantam o amor a Deus.

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